O Rei Argos Terceiro por muito tempo defendia reino de Argos, um homem virtuoso, calmo, forte e vigoroso, muitas vezes acompanhado do seu melhor amigo dragão vermelho Derion, com quem mantinha uma forte ligação. Acreditava-se que eles podiam se comunicar sem palavras, e compartilhavam um poder magico muito forte. Ele não hesitava em usar seu poder para defender sua família, seu povo, seu reino. Com sua espada Katoe que foi passada aos reis de Argos pode gerações, seu poder incomparável poderia destruir ou matar qualquer coisa.
A sua mulher, Icla, estava ao lado do seu Rei em todos os momentos, até mesmo na guerra, apesar de não apoia-la. Ela lhes deu quatro filhos: Elfanne, Wengard, Rilia, Ulffor.
A Princesa Elfanne, era uma bela mulher, serena e justa, sempre ao lado do pai, aprendeu todas as suas qualidades. Sua melhor amiga depois de sua mãe é uma dragão fêmea, chamada por ela de Priss.
O príncipe Wengard, logo despertou o gosto pela guerra, enfrentava seus inimigos com fúria até extermina-los, porém só entrava em uma se fosse necessário. Tinha como fiel companheiro de batalhas o dragão dourado flamejante Zerax.
E o jovem Ulffor, introspectivo como sempre, tinha apenas um amigo da escola, o qual passava boa parte do tempo, quando não estava sozinho.
Kon era um jovem feliz, admirava muito a família real e sua bravura, era amigo do Príncipe Ulffor. Eles costumavam a observar os treinos do príncipe Wengard e Zerax, seus movimentos de combate e magias. E então, em um dia qualquer, resolveram estudar os caminhos da magia, e serem bem fortes.
Porém, Kon, desenvolveu suas habilidades mais rápido que o príncipe, que aquela altura não entendia o porquê, já que herdava o sangue do seu pai.
Com o passar do tempo, as habilidades de Kon sempre superavam as do príncipe, e sua mente ficando cada vez mais sombria. Até que ele viu, em um livro antigo, como aumentar sua magica. Então de posse do livro, chamou o amigo para um estudo. Eles se encontraram em uma das salas do castelo, destinada a esse tipo de estudo.
- Então Ulffor, o que vamos estudar hoje – Pergunta Kon, sentado a mesa, de costas para o príncipe.
- Logo você saberá – responde Ulffor, preparando alguma coisa.
Em uma boa olhada, Kon consegue ver um livro, de capa preta e lacre rompido, sente um frio na barriga.
- Ulffor, você não...
Kon olha para baixo, e em seu peito, observa a ponta ensanguentada de uma adaga cravada em suas costas.
Ulffor pega o amigo em agonia, e inicia o ritual que aumentaria seus poderes. Depois de toda a magia ser transferida, ele bebe todo o sangue do amigo, para que a transferência seja permanente.
Porém, o príncipe não para, ele fica obcecado por mais poder, e tira a vida de muitos magos, até ser descoberto por seu pai.
O Rei não desistiria de salvar seu filho das travas, então tenta convencer seu filho mais novo a abdicar de todo o poder roubado, mas, o príncipe já esta mergulhado demais em ganância por mais poder e nega o pedido do pai. Não vendo outra saída, o rei desembainha sua espada e investe contra o próprio filho. Os outros filhos não sabem o que fazer, o rei pede que eles fiquem fora disso.
Apensar de todo o poder roubado à batalha termina com a vitória de Argos Terceiro, que se prepara dar desferir o golpe final, quando uma voz clama:
- Nãoooo! Ele é nosso filho! – A rainha tenta impedir, aos prantos.
- Ele deixou de ser nosso filho muito tempo atrás, isso precisa terminar aqui, a alma dele já foi consumida – O Rei, bastante inclinado, tenta executar sua decisão.
- Dê-lhe mais uma chance, por favor, ele se regenerará, e provará que merece seu perdão – Intercede a Rainha pela vida do seu filho.
Sem falar mais nada, observa sua rainha atirada ao chão junto ao que antes era um príncipe virtuoso. A sua razão lhe diz para acabar com aquele sofrimento logo, porém, seu coração de pai, hesitava muito em tirar a vida do seu próprio filho, e logo um sentimento de fracasso toma seu peito.
Então ele se aproxima do príncipe, puxa a Rainha para trás com uma mão e com a outra, usando sua espada, faz feridas com profundas em Ulffor.
- Deixe que o sangue que não é dele saia, deixe que as almas que ele aprisionou descansem em paz, e só quando não restar mais poder algum nele, cuide das feridas e joguem-no no calabouço mais profundo que houver em baixo do castelo. Ele não deverá receber visitas de ninguém.
E assim, quase foi feito, a Rainha nunca deixou de visitar seu filho.
Um ano depois do acontecendo, a maioria já parecia ter esquecido o episódio, porém outros nunca puderam esquecer.
Icla, a rainha, não se cansava de tentar amolecer o coração de Argos T., ela só conseguia ver bondade em seu filho, porém o Rei ainda desconfiava das suas intenções, apesar de sofrer, ele não queria viver tempos sombrios novamente. Então ele é bastante enfático e rígido ao dizer que só irá liberta-lo quando tiver a certeza que não voltará para o lado das trevas. Assim, bastante chorosa e fragilizada ela vai ao isolamento.
- Sei pai mais uma vez foi irredutível, ele não quer mais falar sobre o assunto.
De cabeça baixa e chorando Ulffor responde:
- Ele me renega, não acredita em mim, ele deseja me ver apodrecer aqui, o reino é mais importante que a vida do seu próprio filho.
Icla se aproxima das grades:
- Não desista, um dia, ele entenderá que você mudou e que é digno novamente, você será forte.
O príncipe renegado se levanta, e caminha lentamente em direção à grade.
- Você tem razão, quero lhe agradecer muito por tudo, por todo esse tempo. Ele vai sim, vou recuperar todo o meu poder, e vou sentar no trono do Rei, e ele se ajoelhará diante de mim, e meus irmãos que nada fizerem para me ajudar também irão perecer diante meu poder, nem que eu tenha que queimar tudo.
E antes que ela pudesse perceber, o renegado agarra seu braço, ela tenta se distanciar, porém ele a puxa, seus caninos crescem pontiagudos e ele os crava no braço da Rainha, que não grita, apenas baixa a cabeça e depois de alguns instantes, cai ao chão desacordada.
- Porém, não poderei fazer tudo isso se continuar trancado.
Ulffor cria um portal negro, olha para trás rapidamente, e o atravessa.
Argos Terceiro se viu entrando no pesadelo que poderia ter evitado, ele resolveu enviar seus filhos como comandantes aos cantos do mundo, para procurar vestígios do renegado e evitar que conseguisse poder. Elfanne foi para as Planícies Celestes, Wengard ficou em terra, Rilia, agora ja crescida, foi para Aguas Profundas e o Rei ficou para proteger a grande muralha de Argos.
Seis longos meses se passaram, Argos Terceiro passava horas na sacada do castelo, com o sentimento que as trevas estavam crescendo e que a qualquer momento cairia sobre reino, então, chamou seus comandantes de volta, sentados à mesa as princesas e o príncipe, sugeriram que o Rei estivesse paranoico, e propuseram que ele deixasse o trono. Então ele se levantou, olhou desconfiado para cada um de seus filhos falou:
- Caso eu deixasse o trono, qual de vocês assumiria?
- Eu! Como primogênita assumirei o trono e a espada do meu pai – Elfanne levantou-se se impondo aos demais.
- Mas você é mulher, não terá garra nem fervor para enfrentar a guerra que se aproxima – Wengard, descorda da irmã usando tom feroz.
- Vocês só pensam em guerra e destruição, eu conheço melhor meu irmão, saberei cuidar disso sem derramamento de sangue, isso é o que nosso pai deseja – Rilia calmamente intervém.
Uma discursão se inicia, Argos percebe que eles não são mais os mesmos, estavam tomados por um sentimento de ganância e desunião, antes que ficasse pior ele dá um basta, e ordena que todos retornem aos seus postos.
Naquela noite, enquanto Argos Terceiro observava o horizonte da sacada do seu castelo, recebeu uma visita de um homem, encapuzado e de vestes longas e escuras.
- Quem diria vossa majestade, seu reino em pé, porém sua família em ruinas.
- Você traiu sua mãe, a mim. Farei o que for necessário para manter o reino e o q sobrou da minha família.
- Não pôde fazê-lo uma vez, será que conseguira desta vez?
- Dessa vez será muito diferente, isso precisa terminar, de qualquer forma, darei minha vida se necessário.
- Preferia vê-lo ajoelhado diante de mim e do meu poder.
- Lutarei até o ultimo suspiro de vida.
- Então que seja feita a sua vontade, Argos perecerá junto com sua família real.
Então o homem some nas sombras.
Logo na manhã seguinte, Wengard montando em seu feroz dragão, está em frente ao portão principal, com sua topa de homens, criaturas terrestres e dragões dourados.
- Pai, vim reivindicar o trono, por favor, não negue, caso contrario terei q toma-lo a força.
Logo depois que o príncipe proferiu, Elfanne desceu montada em seu dragão e cercada de criaturas aladas das planícies, inclusive dragões brancos.
- Protegerei Argos dos meus irmãos, como primogênita o trono é meu por direito!
Do rio, surgiu uma gigantesca onda, trazendo na crista a princesa Rilia, o volume da agua permanece alto, como se abrisse um portal para as profundezas do oceano, surge um Krakem e um exercito de gigantes de gelo.
- Não deixarei que destruam minha herança.
O Rei surge na sacada do castelo, de armadura
e espada em punho e fala em voz alta:
- Argos!!! Infelizmente a batalha esta em nossos portões, então, peço que lutem, não em nome, mas em nome da sua liberdade, em nome do que conquistamos. Eles estão preparados para batalha, mas nunca derrotarão nosso espirito.
O céu ficou avermelhado, e das nuvens surge Derion e um exercito dragões vermelhos, trazendo consigo uma chova de meteoros e soltando poderosos hálitos de fogo contra os invasores.
A cidade se transformou em um grande campo de batalha, o som e os tremores poderiam ser sentidos de muito distante. Os três herdeiros então foram até o alto do castelo, ao encontro do Rei.
- Pai, precisamos da sua espada para derrotar Ulffor, entregue-a, não conseguiu fazer o q era preciso, mas eu farei em seu nome e pelo bem de todos nós – fala Wengard.
- Não posso deixar que nenhum de vocês carreguem esse fardo por mim, eu darei um fim necessário.
- Infelizmente pai, teremos que tira-la do senhor a força.
- Tente!
Argos Terceiro se prepara para o embate, então seus filhos o fazem em conjunto, bem como seus dragões, e Derion enfrenta os três. O poder do Rei é incomparável, ele consegue golpear tão fonte que seus oponentes são atirados para longe, que voltam a ataca-lo, ele não consegue golpear fatalmente ele não pode. Na tentativa de acabar com tudo aquilo, ele golpeia de tal forma que seus filhos não conseguem mais levantar. Neste momento, um grande buraco escuro aparece, e dele surge um guerreiro de armadura e espada negra, que caminha em direção ao Rei cansado, ele retira o elmo, é Ulffor, seus irmãos se espantam.
- Vislumbre meu pai, tudo isso é culpa sua!
- O que faz aqui, não é bem vindo – Wengard, reunindo forças para levantar.
- Vim tomar minha herança, tenho que agradecer a vocês por preparar minha chegada – Ulffor em tom de ironia.
O céu escurece, das sombras surge uma horda de vampiros e diabretes, estraçalhando todo que encontram, e os mortos no combate se levantam para lutar a favor das trevas. São então os outros herdeiros percebem que foram manipulados.
Ulffor ergue sua mão, seus irmãos sofrem e começam a sangrar, o liquido sai deslizando no ar em direção a Ulffor, que bebe, até que todos caíram desacordados. Os dragões de cada um tentaram defender seus mestres, investindo contra Ulffor, porém um dragão negro o defende cobrindo-o com suas asas, e logo em seguida lançou um hálito poderoso ferindo gravemente cada um exceto Derion, os dois dragões começaram a se enfrentar.
Argos Terceiro recupera o folego, reúne toda a sua força e poder restante e ataca vorazmente Ulffor. A briga entre pai e filho iniciou, o fervor da batalha abalava toda Argos, quando o rei deferiu um golpe tão forte que atravessou a armadura de Ulffor pondo-o de joelhos. Ele apontou a espada para o pescoço do filho.
- Acha que vai acaba com minha morte? A morte é apenas o outro lado do caminho, mesmo que sua espada me mate definitivamente, olhe a sua volta! Seu reino esta arruinado, sua família impregnada, amaldiçoada. Se eu não tiver o que eu quero, ninguém mais terá! – Ulffor fala com dificuldades.
Argos Terceiro observa seu reino morrendo, seus filhos caídos. Ele crava sua espada no chão, e retira o peito da sua amadura, e toma sua espada em suas mãos e diz:
- Tudo irá terminar aqui, e agora!
O rei segurou sua espada conta o próprio peito, quando Ulffor avistou o que estava para fazer, conjurou um forte ataque magico, naquele momento Derion protegeu o rei com o próprio corpo, caindo em seguida. Uma poderosa força é emanada do rei e sua espada, e quando o fio toca seu peito, uma gigantesca explosão luminosa aconteceu, muitas criaturas forem desintegradas, as que estavam muito distante ficaram desorientadas e tomaram rumos distintos. A guerra tinha chegado ao fim.
Quando o sol se pôs, nenhuma lamparina sequer foi acesa em Argos, era apenas um grande cemitério.
Lim-Dul Pergaminho do tempo